Miguel não confia em mulheres. Na infância desenvolveu crenças de que mulheres são ardilosas , manipuladoras e golpistas. As constantes mentiras e traições da mãe perante o pai possivelmente foram os responsáveis pelo ESQUEMA DE ABUSO em suas relações amorosas .
Se apaixonar por Manuela, sua namorada, o tornou hipervirgilante e bastante controlador. Passa a maior parte do dia preocupado com a possível infidelidade da amada, o deixando ansioso e agressivo. Tem pesadelos recorrentes com traição e interpreta gestos neutros da namorada como evidências de sua desonestidade.
Manuela, que vem de um ambiente opressor, de cuidadores ameaçadores e punitivos, não reage aos abusos do namorado. Mesmo sofrendo, usa a mesma estratégia infantil de evitar conflitos ou relevar maus tratos.
A química esquemática do casal faz ambos reviverem dramas infantis sem participação de alguma parte saudável capaz de atender as necessidades das suas crianças.
O pequeno Miguel continua sofrendo por não ter um vínculo seguro. Ora irritado, ora vulnerável com a possibilidade de ser enganado ou abandonado.
A pequena Manuela precisa externar sua mágoa e tristeza em não ter autonomia, liberdade e espontaneidade de expressar sua revolta diante do controle.
Apesar do casal usar estratégias opostas, ambos se assemelham em ter suas crianças sendo revitimizadas no abuso devido a ausência de cuidadores empáticos e potentes.
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