Após dar um golpe financeiro na empresa do próprio pai , Roberta é obrigada a fazer terapia, para tratar seus problemas comportamentais, caso contrário, seria desligada da equipe.

Sara , a terapeuta especialista em narcisismo, estava manejando bem o processo terapêutico quando Roberta entra na sessão eufórica: “meu pai me perdoou!! Inclusive voltarei a ocupar um cargo importante.”

Nesse exato momento, o modo terapeuta de Sara enfraquece e a memória da sua infância vem à tona. Sua menina nunca teve uma vida facilitada, pelo contrário, teve que suportar privação financeira e o alcoolismo do pai. O sentimento de injustiça toma conta da psicóloga e seu modo justiceiro aparece na sessão: “por isso você não melhora. Esses privilégios te deixam mimada e alérgica a qualquer frustração.”

A voz crítica da até então amável terapeuta ativou a criança defectiva da paciente, que nunca era boa o bastante para os pais. A busca obsessiva por privilégios foi o modo que a pequena Roberta encontrou para compensar a falta de amor.

Os modos narcisistas de Roberta são acionados para proteger a dor da sua criança. Ela humilha Sara e a chama de invejosa e profissional medíocre.

O vínculo é rompido. Sara decide não atender mais o perfil de Roberta. Em supervisão descobre que enquanto não se conectar com seus dramas infantis a fim de reparar as dores de sua menina, sua relação com os pacientes sempre estarão suscetíveis a ativações emocionais sem desfecho terapêutico.

Author

Terapeuta cognitivo comportamental e atuo como psicológo ha 15 anos . Tenho experiência em dependência química e principalmente relacionamentos destrutivos.

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