Aparentemente Luke e Emily é um casal que se dá bem , principalmente sexualmente. Trabalham na mesma empresa e enquanto Emily foca numa relação feliz e estável, Luke tem como ambição ser promovido.
Surge um boato de que Luke será o escolhido para um novo cargo, o que aquece o coração de Emily e a enche de orgulho. O casal comemora. Ambos estão radiantes.
Para surpresa de todos, Emily é a escolhida. Luke não consegue esconder sua frustração. Se sente injustiçado. Esquemas de abuso, privação e defectividade são ativados. Sua estratégia de hiper dedicação não trouxe efeito.
Emily, apesar de ser promovida, sofre pela dor do amado.
O modo punitivo e crítico de Luke é ativado. Oscila entre “você é um medíocre” e “ela te fez de trouxa, você precisa fazer algo”.
De repente, ele passa a ver a amada como uma inimiga, manipuladora e sem escrúpulos. Para aliviar seu ESQUEMA DE DEFECTIVIDADE prefere acreditar que Emily tenha transando com o chefe do que ter conquistado por mérito próprio.
O ciclo do abuso passa a ser alimentado por sonhos. Luke ataca a noiva constantemente para assim não entrar em contato com a dor da sua criança defectiva e injustiçada . Emily utiliza o modo complacente, lutando contra suas convicções para não romper o vínculo com o amado.
Ele não a ataca e a humilha porque é mau , mas pela convicção que foi traído, fazendo reviver dores infantis do passado. Ela não se mostra paciente porque é trouxa, mas aprendeu a tolerar abusos da mãe como forma de manter vínculos.
O CICLO DO ABUSO perpetua a dor de Luke, que com o afastamento da parceira conectada, volta a sentir as dores da criança solitária.
Emily, apesar de em alguns momentos reagir aos abusos, retorna a ser a garota incapaz de ser amada e valorizada incondicionalmente.
Não importa a preferência do terapeuta, no abuso, ambos são vítimas de seus traumas e estratégias de enfrentamento. As duas crianças continuam sofrendo no limbo do não atendimento.